segunda-feira, 7 de julho de 2014

Currais do PNPG (XXXI) - O curral do Armando Espada


Infelizmente, eu estava errado quando à designação deste curral.

Há vários meses atrás, na minha infindável demanda para conhecer os recantos geresianos, regressei de uma visita às Minas dos Carris indo pelas Minas das Sombras.

A Serra do Gerês é coberta por uma teia de carreiros (trilhos) que ligam os mais diversos pontos. Muitos destes carreiros são agora pouco utilizados com o abandono de alguns dos currais mais perto da raia, se bem que de forma esporádica, o gado ainda possa pernoitar em alguns deles, como por exemplo o Curral da Amoreira.

Após descer a Corga da Carvoeirinha e percorrer o caminho dos Carris que ladeia a turfeira antes de flectir para a esquerda na direcção das Abrótegas, surge um discreto carreiro que segue em direcção ao Curral da Amoreira e que nos coloca com o marco geodésico dos carris à nossa direita. Este carreiro vai-se perdendo por entre a urze, mas aqui e ali, a presença de velhas mariolas são uma ajuda valiosa para nos guiar. Acerta altura, já referi em tempos, surge um curral que parece há muito abandonado. O seu forno já em ruína foi tomado pela vegetação e a sua delimitação é feita pela vegetação que vai encobrindo o que resto do muro.

Há já muito tempo que tento saber a designação deste curral a caminho do Curral da Amoreira, porém, sem sucesso. No entanto, uma descrição no livro "Para que a memória não se apague", de Fernando Guimarães, poderá fornecer uma designação ou pelo menos uma pista para tentar resolver este pequeno mistério. Na página 153 Fernando Guimarães relata alguns episódios da história da vida de João Manuel Lopes (João Marrão), de Bostuchão: "Não estou bem certo do dia, talvez 14 de Dezembro de 1963. Estava o Natal a aproximar-se e, com o meu amigo Manuel Rosa, resolvemos ir a Espanha comprar umas coisitas de que necessitávamos (...). A manhã estava muito fria e com muita geada. Antes da Amoreira, no curral do Armando Espada, vimos seis motorizadas e um indivíduo, parecia um guarda fiscal, junto delas."

Ora, assumindo que os dois homens se deslocavam na direcção da Amoreira, é então provável que este curral do qual não sei o nome, seja o Curral do Armando Espada.

Não tendo outra fonte que me possa verificar a veracidade desta designação, qualquer ajuda será bem-vinda!

As fotografias foram obtidas a 16 de Agosto de 2012 (a fotografia em cima mostra o que resta do forno que existe neste curral, enquanto que a fotografia a seguir mostra uma perspectiva geral do curral a caminho da Amoreira com o Altar de Cabrões à direita. A fotografia em baixo mostra uma rudimentar construção, possivelmente um abrigo, não muito longe do curral).



Fotografias © Rui C. Barbosa

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